Ao falar em biblioteca universitária logo vem à mente a imagem de um lugar tranquilo e amplamente organizado, com uma estrutura bem planejada que facilita o acesso ágil à informação. Com a implantação das novas tecnologias o acesso ficou ainda mais fácil, mas para uma gestão eficiente não basta o uso de dispositivos eletrônicos modernos, é preciso haver uma relação produtiva entre os recursos humanos e materiais. Essa relação pode ser avaliada através dos chamados indicadores de qualidade.
No post de hoje, iremos falar sobre indicadores de qualidade em Bibliotecas Universitárias físicas e digitais.
Indicadores de Qualidade em Bibliotecas Universitárias
Com o objetivo de sempre aprimorar o sistema educacional de nível superior, o MEC tem um programa de avaliação institucional e devota atenção especial às bibliotecas universitárias, visando observar a qualidade do acervo de cada instituição.
A fim de sempre aperfeiçoá-las, devem ser implementados indicadores de qualidade, que servem como suporte para analisar se os resultados alcançados são compatíveis com as metas traçadas e, caso não estejam em acordo, quais são as adaptações necessárias para o cumprimento dos resultados propostos.
Com a implantação do SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) as avaliações do ensino superior aumentaram seu foco de atuação e agora as bibliotecas são também contempladas com critérios de avaliação condizentes com as necessidades educacionais que se espera alcançar em todo o país.
Os indicadores de qualidade em bibliotecas universitárias são:
- Atendimento e cortesia dispensados aos usuários – os profissionais que prestam serviços dentro das bibliotecas precisam dispensar um tratamento de excelência aos usuários, demonstrando interesse às necessidades e oferecendo ajuda imediata. O usuário precisa se sentir acolhido e à vontade para realizar seus estudos dentro de um ambiente hospitaleiro.
- Ambiente físico apropriado e confortável – um dos critérios mais avaliados são as características físicas da biblioteca. São observados itens como: facilidade de acesso, principalmente para pessoas com necessidades especiais; conforto; equipamentos como computadores e telefones; disposição do acervo; facilidade de acesso; iluminação e arejamento e espaços como bebedouros e sanitários; também é necessário se pensar no espaço entre as estantes que não deve atrapalhar a movimentação entre os transeuntes.
- Adequação das fontes ao interesse dos pesquisadores – uma boa demonstração de serviço qualidade na biblioteca é a disponibilidade de material relevante de acordo com o interesse dos usuários. Não basta ter um grande acervo, ele precisa ser de interesse do estudante.
- Facilidade de acesso à informação – ganhar tempo é fundamental para estudantes e pesquisadores. Ter acesso rápido à informação é fundamental para o sucesso dos serviços oferecidos. Para isso são necessários sinalizadores indicando onde encontrar cada tipo de material procurado, tipos de ambientes, equipamentos para busca eletrônica, acesso à internet, horários de funcionamento e informações sobre cadastros e empréstimos.
- Eficiência – é a relação direta entre uma melhor qualidade na prestação de serviços com um menor custo.
Os indicadores de qualidade são ferramentas necessárias para que sempre se busque melhorias nos serviços oferecidos pelas bibliotecas universitárias e são uma forma de colaborar para que o ensino superior melhore cada vez mais no processo de formação de profissionais capacitados e prontos para prestar serviços sempre relevantes à população acadêmica.
Como aplicar esses indicadores às Bibliotecas Digitais?
Percebam que todos os itens são voltados para a qualidade de uma biblioteca física, no entanto, hoje o MEC também avalia as Bibliotecas Digitais. Ao avaliá-las o MEC confere se:
- A biblioteca tem os projetos pedagógicos dos cursos;
- A biblioteca acompanha as mudanças nas matrizes curriculares;
- Existe uma política de aquisição e atualização do acervo aprovada pelo NDE;
- As referências passam por uma revisão do bibliotecário da IES e novamente pelo NDE.
Observe que as exigências tratam do conteúdo das bibliotecas e não sobre a necessidade deste conteúdo estar disponível de forma física ou virtual, isso acontece porque desde 2018 é permitido que mesmo cursos presenciais contem apenas com bibliotecas virtuais.
Uma boa Biblioteca Digital precisa investir em dois itens: um bom software e um bom acervo. Vamos falar dos dois a seguir.
Como criar um Acervo Digital
O coração de qualquer biblioteca, seja física ou digital, é o seu acervo, por isso é importante investir em sua criação e atualização.
Para isso, não deixe de contar com fontes gratuitas como as obras licenciadas em Creative Commons e bases como a Biblioteca do Senado Federal, Banco de Teses e Dissertações de Universidades, SCIELO, Portal de Periódicos da CAPES, entre outros. O Acervo Digital está diretamente relacionado ao indicador “Adequação das fontes ao interesse dos pesquisadores“.
Para saber mais informações sobre como compor um acervo digital, não deixe de conferir este link.
Como escolher um bom software
Se o acervo é o coração da sua biblioteca, o software é o esqueleto. De nada adianta ter um ótimo acervo se o seu site é pouco intuitivo, cheio de bugs e não permite que o usuário encontre com facilidade aquilo que procura.
Como Bibliotecas Digitais costumam contar com materiais em diversas mídias (vídeos, áudios, fotos etc.), é importante que o seu software consiga lidar com todos esses formatos de mídia, além de permitir a categorização e divisão desse material. Pense que os usuários poderão pesquisar tanto por nome (por exemplo: A Riqueza das Nações), quanto por data (livros de economia do século XVI) ou formato (fotos de Adam Smith).
Os indicadores relacionados ao software são “Adequação das fontes ao interesse dos pesquisadores“, “Facilidade de acesso à informação” e “Atendimento e cortesia dispensados aos usuários“. Este último deve ser pensado em relação às formas de contato com o bibliotecário e o tempo de resposta ao usuário.
O mais indicado é adquirir um software livre devido a facilidade de customização, que permite adaptar o software de acordo com as suas necessidades. Sabemos que essa escolha pode ser difícil e por isso preparamos um post especial com dicas e indicações de softwares específicos para bibliotecas e acervos digitais que você pode acessar aqui.
Seguindo essas diretrizes, a sua biblioteca – tanto física quanto digital – estará de acordo com todos os itens que tornam uma biblioteca bem sucedida, dentro do requerido pelo MEC e que atende as necessidades dos usuários. Para receber ajuda especializada, não deixe de contatar um dos nossos consultores.